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2012 - Livro Vermelho 2013

Rinorea longistipulata Hekking EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 29-08-2012

Criterio: B2ab(iii)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Rinorea longistipulatacaracteriza-se por árvores terrícolas, perenes, hermafroditas, e apresentapolinização entomófila, sendo restrita do bioma Amazônia. Endêmica do Estado do Acre,ocorre na região do município de Tarauacá e Sena Madureira, desenvolvendo-seem áreas de Floresta de Terra Firme. Apresenta AOO de 16 km² e distribuição restrita e pontual, tendo sido coletada pela última vez no ano de1995. Os intensos desmatamentos que acometem a região onde ocorre com aprincipal finalidade de implementação do cultivo da soja, pecuária e instalaçãode infra-estrutura, são a única situação de ameaça que incide sobre a espécie. São necessários investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim decertificar a existência de subpopulações da espécie, considerando aviabilidade populacional e sua proteção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Rinorea longistipulata Hekking;

Família: Violaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Rinorea longistipulata é a única espécie neotropical em que as folhas são alternas em combinação com dois óvulos por placenta; ainda, a espécie apresenta estípulas com6-9 mm de comprimento, as maiores do gênero (Hekking, 1988).

Distribuição

​Ocorre no Acre, na região de Tarauacá e Sena Madureira (CNCFlora, 2011).

Ecologia

Arvoreta com 6-8 m, que habita áreas de floresta de terra firme. Fértil de setembro a janeiro e polinizada por insetos

Ameaças

1.1.1.3 Agro-industry farming
Severidade high
Detalhes Em 2003, a área de floresta desmatada na Amazônia brasileira alcançou 648,5 x 10³ km² (16,2% dos 4 x1.000.000 km² da floresta original da Amazônia Legal, que é de 5 x 1.000.000 km²), incluindo, aproximadamente, 100 x 1.000 km² de desmatamento antigo (pré-1970) no Pará e no Maranhão. O índice atual (2010 - 2011) do INPE de desmatamento aponta uma área de 5.692.207 km². Atualmente, o avanço das plantações de soja na região apresenta-se como a maior ameaça, com seu estímulo para o investimento maciço do governo em infra-estrutura, como hidrovias, ferrovias e rodovias. As estradas para retirada de madeira, especialmente para extração de mogno, precedem e acompanham as rodovias, tornando as fronteiras acessíveis para o investimento dos lucros do comércio da madeira em plantações de soja e fazendas para a criação de gado. A extração da madeira aumenta a inflamabilidade da floresta, levando às queimadas do sub-bosque que colocam em movimento um ciclo vicioso de mortalidade de árvores, aumento da carga de combustível, reentrada do fogo e, por fim, destruição total da floresta. As bases de muitas árvores são queimadas à medida que o fogo se prolonga. As árvores da floresta amazônica não são adaptadas ao fogo e a mortalidade a partir de uma primeira queimada fornece o combustível e a aridez necessários para fazer as queimadas subseqüentes muito mais desastrosas. A temperatura alcançada e a altura das chamas na segunda queimada são, significativamente, maiores que na primeira, matando muitas outras árvores.O impacto do corte de espécies de baixa densidade e comercialmente valiosas é, freqüentemente, subestimado. O processo de corte seletivo resulta em um prejuízo de quase duas vezes o volume de árvores que estão sendo removidas. Devido ao fato de muitas árvores menores serem mortas, o efeito sobre os indivíduos é ainda maior (Fearnside, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: A espécie foi categorizada como VU na Lista Vermelha da IUCN 2012.1 (IUCN, 2012).

Referências

- HEKKING, W. H. A. Violaceae part I - Rinorea and Rinoreocarpus. New York: New York Botanical Garden Press, 1988. 207 p.

- THE IUCN RED LIST OF THREATENED SPECIES 2012.1. Rinorea longistipulata. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/35976/0>.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- FEARNSIDE, P.M. Desmatamento na Amazônia brasileira: história, índices e conseqüências. Megadiversidade, v. 1, n. 1, 2005.

Como citar

CNCFlora. Rinorea longistipulata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Rinorea longistipulata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 29/08/2012 - 14:42:09